Manhã, garoa fina paira no ar. O trabalho convoca, é hora de sair, não importa que o sol esteja escondido na madrugada. Vamos aos nossos compromissos, a vida não sossega, não pode parar, jamais.

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As horas navegam na jangada do tempo, os minutos roem os segredos do futuro. A madrugada se aproxima na carruagem do mistério.

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Os rastros do inverno se apagam levados pela brisa da Primavera. Logo mais, festival de flores, rosas, orquídeas, lírios, begônias. E a vida também segue em suas estações, ora com momentos escuros, lembrando o inverno, outras vezes alegre como as flores do campo e, ainda, à imagem do sol refletindo os raios sobre rios e montanhas.
Tempo de refletir sobre a grandiosidade da natureza, a diversidade de seres, os mistérios da criação. E descartar as mazelas, escolher o caminho a ser percorrido, aproveitar a beleza que está à nossa frente. Não é tão difícil sorrir, abraçar um amigo, erguer o coração e fazer silenciosa prece. Estufar o peito e se tornar de novo uma criança despreocupada para viver intensamente com gosto bom de primavera, com liberdade para que os sonhos flutuem e se transformem em imagens reais. Vamos colher os frutos de nossa existência, reparti-los com as pessoas que amamos, Deus estará conosco na ceia dos justos. Alegria, muita alegria, palmas para a primavera.

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Arranha-céus. A vida pulsa entre prédios de concreto. Nos subterrâneos e túneis, nas ruas e no ar. Há correria, vozes, passos, motores, sons que se confundem em estranha sinfonia. Mas também há a esperança: de comprar um bem de consumo, finalizar negócios, regressar em segurança ao abrigo do lar.
Do mesmo modo que o Sol se levanta toda manhã, oferecendo o espetáculo do alvorecer, também podemos despertar e recomeçar. Com ânimo para prosseguir, dar continuidade à nossa missão cotidiana, avançar sempre, superar obstáculos e alcançar os objetivos. Mas também com olhos para contemplar as belezas que nos cercam, coração aberto para receber o afeto da amizade.